quarta-feira, 30 de junho de 2010

Thaís - Capítulo 1

Os passos vinham um seguido do outro. O sapato boneca preto, as meias ¾ brancas, a saia de prega azul deliciosamente dobrada, expunha as curvas alvas e recém formadas que pareciam bem mais maduras do que as das outras meninas de 14 anos. A blusa branca do uniforme de normalista marcava um sutiã de renda preto, que se destacava lindamente na cor de neve da sua pele. A boca carnuda preenchia o rosto de pecado. O complemento era um sinal bem preto no canto superior esquerdo dos seus lábios. Nariz pequeno e fino. Olhos negros, cobertos por uma camada bem escura de lápis de olho. O rosto de Thaís era presença e a presença dela, em si, algo impossível de ser ignorado. Os cabelos dourados, brilhavam como se cobertos por pó de ouro e, com, seus passos, os movimentos do seu corpo, cintura, quadris e seios, dançando levemente para o delírio da escola.

Thaís parou na porta da sala e acendeu um cigarro. Não havia quem não olhasse para ela. As meninas, com desprezo, os rapazes, com desejo. Eu apenas olhei, tentando decidir o que achava, mas ainda não soube. A única certeza era a que a queria perto de mim. Ela havia despertado algo que eu não sabia se era curiosidade, raiva ou admiração.

Ela entrou na sala e encarou a turma. Pessoa por pessoa em um olhar desafiador, que continha medo, inocência e luxúria. Aprovação e reprovação. Era como se, por poucos segundos, eu tivesse decifrado este algo insaciável que ela mantinha pulsando entre as pernas. Como se, neste momento, eu já compreendesse o seu desejo de devorar carne e veias, romper a própria castidade em sangue, de sentir-se penetrada.

Fechei os olhos e a vi surgir, desabotoando levemente a blusa do uniforme, os seios brotando por dentro dela, moldados pela renda negra. Ela caminhava com os mesmos passos de antes, até um vulto sentado, mais a frente. Ela lambeu o seu rosto, enquanto o puxava os cabelos da nuca. Abriu suas calças e deixou o membro rijo apontar para fora. Ela alisou a pequena fenda com o dedo médio e o lambia enquanto sentava, ainda de uniforme, na carne que mais lhe rasgava do que lhe dava prazer. Dor. Se há algo crucial em minha história com Thaís é a dor.

A voz do professor me despertou do transe. Joguei os cabelos no rosto e me voltei para ele. Química. Símbolos, fórmulas, cálculos. E eu só conseguia pensar na Thaís, rebolando de dor e prazer, naquele vulto, como uma princesa rebaixada à puta. Como quem venera o nojo dos caminhos que trilhou para o próprio corpo. Pra mim, ela ainda não tinha nome. Era o meu fascínio. Meu objetivo, mesmo sem saber o porquê que eu a queria.

4 comentários:

  1. Adorei...
    Continua logo *-*

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  2. o capítulo dois já está pronto. vou terminar o terceiro pra publicar o segundo e assim vai... ^^
    mas, acho q, no máximo sexta, ele já está no ar.

    :)

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