Eu deveria aprender a dizer não a você. Eu deveria te deixar em paz, mas não consigo. É só por isso que eu sigo te perseguindo: Porque você se alojou na minha cabeça e, por mais que eu queira te tirar da minha vida, não consigo me libertar.
Quando você surgiu, por dentre as trevas, fez-se a luz. Tudo o que eu queria era saber o porquê; Por que vieste iluminar o meu caminho?
Eu era triste, sem esperanças. Você veio se tornar a minha morte lenta e salvação. Já não importava o quanto doía as minhas falsas esperanças; Meus sonhos mudos. Você sempre soube silenciar minhas entranhas. Desde que você apareceu, jamais voltei a agonizar por dentro.
Foi lindo o dia em que pude alisar-te os cabelos, beijar-te os lábios. A cena se repete na minha cabeça, como num filme de amor: Seu rosto suave, de finos traços...
Mulher, minha amiga, não sabe o medo que me aflige o peito em saber que um dia, talvez, seus olhos castanhos, diamantados, não se cruzem com os meus. Em saber que, talvez, o mesmo medo que eu sinto seja aquele que te atormenta; Que seja ele o assassino da pureza dos meus sentimentos.
Não sei o que, nesses dias, se passa em sua mente; O que acha desta pobre mortal que te escreve com o coração neste pedaço de papel. Não faço idéia dos teus sonhos e do que você vive, então, te peço: Faça valer a preciosidade das suas palavras. Mexa seus lábios e diga algo, mesmo que seja um adeus.
Porque eu preciso saber até onde vai a sua amizade, para controlar esse vício que tenho de me apaixonar por você, a cada vez que me deparo com a sua perfeição.
(16/Junho/04) - Texto escrito, aproximadamente, um ano e meio depois dos acontecimentos narrados aqui.